Notícias

Dia do Empreendedorismo Feminino: comércio é o setor mais forte entre mulheres MEI

Dados do levantamento O Corre do MEI também detalham o perfil médio das microempreendedoras brasileiras

O Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino é celebrado anualmente em 19 de novembro e, no Brasil, a consolidação do MEI (microempreendedor individual) vem promovendo avanços concretos para a democratização de oportunidades e independência financeira para as mulheres. A última edição da pesquisa “O Corre do MEI”, realizada pela MaisMei, que auxilia e descomplica a gestão dos negócios através do seu SuperApp, revelou o perfil médio das microempreendedoras e o protagonismo delas em setores essenciais como o comércio.

Segundo o levantamento, dos cerca de 16 milhões de CNPJs MEI ativos no país, 44% são de mulheres. Entre elas, o setor de vendas aparece como o mais representativo: 27,8% atuam nesse segmento. Serviços de beleza e estética (16,76%) e alimentação (14,96%) também possuem forte participação das mulheres.

No recorte de raça, 53,9% das empreendedoras se identificam como negras (incluindo 42,1% que se consideram pardas) e 43,3% como brancas. O nível educacional também chama atenção: 37,6% têm ensino médio e 20,9% têm ensino superior, com maioria concentrada na faixa dos 35 a 44 anos (31,7%). Segundo Kályta Caetano, contadora especializada em MEI na MaisMei, esse contexto mostra que muitas mulheres iniciam seus negócios já com uma base sólida de conhecimento.

“O conceito de independência financeira impulsiona a transformação de milhares de mulheres no Brasil. Ao empreenderem, elas rompem ciclos de dependência com liberdade e autonomia. O MEI, com menos impostos e burocracia, fortalece essa jornada ao valorizar o mérito, a iniciativa individual e o direito de crescer com segurança e sustentabilidade.Não à toa, a formalização dessas empreendedoras em um regime que exige impostos menores se torna crucial para garantir a sustentabilidade dessas atividades e os benefícios previdenciários importantes, como aposentadoria e salário-maternidade”, afirma.

Mesmo assim, algumas barreiras ainda precisam ser superadas, aponta Kályta, sendo a desigualdade salarial a principal delas. A pesquisa revelou que, atualmente, a faixa de faturamento mensal mais expressiva entre mulheres MEI é de até 4 mil reais, sendo que 23,2% faturam menos que 2 mil reais, e 26,6% entre 2 mil e 4 mil reais.

“Chama a atenção que a desigualdade salarial é muito grande quando comparada aos homens, mesmo quando há maior preparo profissional por parte das mulheres. Nossos dados mostraram que, entre os microempreendedores individuais do Brasil, mais de 20% das mulheres possuem o ensino superior completo, enquanto apenas 8,8% dos homens alcançam esse nível de escolaridade. Mas enquanto 33,1% dos homens têm rendimentos superiores a 4 mil reais, somente 16,3% das mulheres faturam acima desse valor com suas atividades”, ressalta a especialista da MaisMei.

Considerando rendimentos acima de 6 mil reais mensais, 11,3% dos homens microempreendedores estão neste patamar, comparado a apenas 4,9% das mulheres.

Por que ser MEI?
As motivações que levam as mulheres ao empreendedorismo também foram analisadas pela pesquisa: a microempreendedora individual é impulsionada principalmente pela “vontade de ter seu próprio negócio” (26,11%), refletindo o desejo de autonomia. A “formalização” (18,99%) surge também como um passo essencial para legitimar suas atividades no mercado, enquanto o aumento da renda (10,65%) evidencia a busca por melhores condições financeiras. A “flexibilidade de horários” (7,70%) e os “benefícios fiscais e INSS” (7,15%) ressaltam a busca por segurança financeira. 29,39% responderam ter "outros motivos", sem especificar.

Ainda segundo a MaisMei, 39,5% das empreendedoras dedicam menos de 20 horas semanais ao negócio, o que pode indicar uma sobrecarga de responsabilidades ou a necessidade de equilíbrio com a vida pessoal, fazendo com que muitas tenham jornadas duplas ou triplas de trabalho. “Ao mesmo tempo em que celebramos os avanços promovidos por iniciativas como o MEI para o empreendedorismo feminino, é importante reforçar que ainda existe uma grande necessidade de políticas públicas e iniciativas de suporte mais direcionadas, que não apenas reconheçam a contribuição dessas mulheres à economia, mas também trabalhem para diminuir as barreiras que enfrentam”, ressalta.

O levantamento “O Corre do MEI” contou com uma amostra de 5.640 respondentes, alcançando um nível de confiança de 99% e uma margem de erro de 2%.

voltar